1. Introdução
Atualmente acompanhamos na mídia as inúmeras e aceleradas transformações econômicas, políticas e sociais que o mundo moderno está passando. Essas transformações refletem diretamente no dia-a-dia de todos nós.
As transformações do pensamento da qualidade também não são recentes. Para entendermos melhor como tudo começou eu convido a todos a um salto no passado. Vamos começar nossa observação no final do século XIX.
2. Qualidade centrada no artesão
Um pouco menos de preciosismo na nossa viagem no tempo, vamos viajar até um momento no tempo onde não existiam industrias. Nessa época o artesão possuía domínio completo de todo o ciclo produtivo do produto, da produção da matéria-prima até a etapa de venda do produto ao cliente. Pode-se dizer que, sob o ponto de vista da qualidade, os artesões eram capazes de atender plenamente os requisitos da qualidade porque tinha domínio completo da produção e estavam em contato direto com o cliente. Mas sua produção era limitada e, devido à falta de padronização, não era possível fazer um segundo pedido exatamente igual ao primeiro.
3. Qualidade centrada no Supervisor
Então, no final do século XIX veio a revolução industrial. Uma nova ordem produtiva passa a dominar.
Trabalhadores perdem sua autonomia e são reunidos num mesmo local para produzirem, sob comando de um capitalista, que organiza a produção, assume a definição do padrão de como produzir e a comercializar os produtos. Os mestres, capatazes, encarregados ou supervisores passam a assumir boa parcela dos controles operacionais. Porém o trabalhador é que tinha todas as responsabilidades pela qualidade. Como na fase artesanal, o produto ainda podia ser associado a quem o produz.
4. Qualidade centrada no Inspetor
Como resultado da crescente divisão do trabalho nas fabricas, surge a figura do “Inspetor da Qualidade", sendo retirada do supervisor a função de controle da qualidade.
Aumento do ritmo e método de trabalho e o sistema de remuneração por tarefas, preconizado por Taylor, acabam surtindo efeito negativo sobre a qualidade. A qualidade se torna onerosa; a inspeção ainda era 100% dos itens produzidos, gerando enorme quantidade de produtos defeituosos.
5. Qualidade centrada no controle estatístico
A Segunda Guerra Mundial trouxe para a indústria a tarefa de produzir enormes quantidades de produtos militares e a inspeção 100% dos requisitos da qualidade tornou-se inviável.
Liderado por Walter Andrew Shewhart, surge o Controle Estatístico da Qualidade. O foco da qualidade não mais é o produto, mas o processo. As inspeções passam a ser amostrais com base em dados estatísticos.
6. A era do Controle de Qualidade Total (TQC)
A partir do ano de 1945, começam as surgir nos Estados Unidos as primeiras associações de profissionais da área da qualidade, primeiro surge a Society of Quality Engineers, no ano seguinte, 1946, surge a American Society for Quality Control (ASQC), e com essas associações começam a surgir nomes importantíssimos para a Gestão da Qualidade, como Joseph M. Juran. Assim como ocorreu nos Estados Unidos, em 1950 é criada no Japão a associação japonesa de cientistas e engenheiros, a JUSE (Japan Union of Scientists and Engineers).
Em 1951, Juram publica a primeira versão de seu Handbook, consolidando e divulgando os conhecimentos da engenharia da Qualidade, e apresentando o conceito de custos da qualidade.
7. Garantia da Qualidade Total (enfoque ocidental)
A partir da década de 60 a qualidade passa a ter enfoque sistêmico, ou seja, passa a abranger a empresa como um todo, tratando de aspectos técnicos, administrativos, organizacionais, e a depender não só da engenharia e da estatística, mas também de ciências tais como psicologia, sociologia, educação, economia, informática, ciências jurídicas, e outros. Em 1960 Philip Crosby enfatiza aspectos de gestão e relações humanas no “custo da qualidade”.
Com o surgimento das usinas nucleares na década de 60, foi desenvolvido o conceito de Garantia da Qualidade, exigindo das empresas fornecedoras a utilização de conceitos rígidos de qualidade.
8. Controle da Qualidade por toda a empresa (CWQC) – Enfoque oriental
Nessa época surge no Japão alguns autores de impotência como Kaoru Ishikawa e Taiichi Ohno que propõem um modelo do TQC no enfoque oriental e batizando-o de Controle de Qualidade por Toda a Empresa (CWQC, sigla do inglês: Company Wide Quality Control).
A partir do esforço de reconstrução do pós-guerra, a indústria japonesa surpreende o ocidente, ganhando liderança em diversos setores, fortemente ligados a qualidade, que se torna estratégia nacional de sobrevivência e competitividade.
Como importantes marcos do desenvolvimento japonês desse período podemos citar: Definição de ferramentas de qualidade como Diagrama de Ishikawa (no ocidente, conhecido como Diagrama de Espinha de Peixe); Criação dos CCQ’s (Círculo de Controle da Qualidade); Sistema Toyota de Produção e com ele algumas ferramentas como: Kaizen; Kanban; Just in time; 5S, Troca Rápida de Ferramentas (SMED – Single Minute Exchenge of Die) e outras.
9. Gestão da Qualidade
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